[DOWNLOAD] "Muelle e os salta-pedras" by Rafael Estrada # eBook PDF Kindle ePub Free
eBook details
- Title: Muelle e os salta-pedras
- Author : Rafael Estrada
- Release Date : January 05, 2018
- Genre: Animals,Books,Kids,Fiction,Action & Adventure,
- Pages : * pages
- Size : 1200 KB
Description
Alguma vez vos contei a história de Muelle?
Muelle era um menino com nariz de rato, olhar sonhador e cabelos de ouriço. Acreditava que podia fazer qualquer coisa a que se propusesse, tão inocente que ele era.
—Gostaria de saltar como os salta-pedras —disse um dia, quase sem saber porquê, suficientemente alto, como que para que os demais o ouvissem.
A sua mãe, Ballesta, sorriu como fazem as mães; Resorte, o seu pai, tossiu como tossem os pais; e o avô, acenou com a cabeça para cima e para baixo.
Tudo isto acontecia numa manhã ensolarada, quando o Inverno começava já a despedir-se de Pedregal. A relva, deixava-se cair para um lado e depois para o outro, porque o vento assim o queria.
Ballesta, mais que ninguém, conhecia a tendência de Muelle a imaginar coisas impossíveis. Penteava-lhe os dois remoínhos insubmissos, com toda a paciência de uma mãe, e preguntou-lhe:
—Que loucura é essa de sonhar com saltar, como se não houvesse salta-pedras?
—Ah, não é nenhuma loucura, mamã! Certamente que se pode fazer com um pouquito de práctica.
—Mas filho, não compreendes que isso é como dizer que à força de te regar, poderás algum dia chegar a dar laranjas ou peras?
Muelle desviou a cabeça e franziu o nariz, esforçando-se por entender o que a sua mãe lhe queria dizer. Depois, com um sorriso respondeu-lhe:
—Tu sabes que não é a mesma coisa, mamã.
Em momento algum lhe ocorreu discutir com o seu filho, porque sabia quão teimoso ele conseguia ser. Por isso, continuou a penteá-lo, olhando para a janela, talvez esperando que dali pudesse vir algum tipo de resposta. Como assim não aconteceu, encolheu os ombros, deixando os remoínhos e Muelle como impossíveis.
—Anda, querido —disse-lhe—, toma o pequeno-almoço.
Tudo isto acontecia numa manhã ensolarada, quando o Inverno já começava a despedir-se de Pedregal. A relva, deixava-se cair para um lado e depois para o outro, porque o vento assim o queria.